Fome, sono, sede. Essas cousas naturais que nós não podemos simplesmente impedir de sentir. Mas e aonde ficam os outros sentimentos e sensações que não nos fazem zumbis? Nada, é isso que sinto quando penso em sentir algo. Nem dor, nem lágrimas, posso até me forçar alembrar dos fatos recentes para que algo aconteça e me mostre que ainda sou eu e que não desliguei o botão "sentir mais do que sobreviver".
Posso até olhar para caras e meninas, mas nada. Beleza e atração nunca foram tão chatas, porque tudo é um saco. Nada me faz sentir, se eu furar a mim mesma, não sentirei mais nada do que dor pela carne, sem horror e pavor pelo sangue que poderia jorrar. Não existe nada para falar, as conversas não tem nem início e por mais que me esforce para dar continuidade ao assunto, algo em mim esta morto, e eu simplesmente concordo ou faço barulhos que me tornam apenas um zumbi.
Não me sinto bem, e não me sinto mal. Como a folha branca de papel sulfite só que sem nenhuma expectativa do que irá acontecer, como se ela fosse fabricada e soubesse que sua vida será eternamente vazia e branca, e esta fosse a única expectativa dela.
Indiferente, sem graça. Chata sem gostar de ser, olhar pro corpo e achar que ele é feio, mas que isso não importa porque nada vai valer achá-lo feio se os ossos simplesmente não se reposicionarão e se de fato não é isso que quero. Só que nada me segura por um segundo a mais, simplesmente some, vai embora, e me deixa novamente parada, olhando para um buraco que não transmite nada.
Sem paranoias, sem fantasias ou histórias, simplesmente morta, prestes a sair fazendo um barulho bizarro e comendo cérebros ou o que se mover.
Nestes dias em que a gente se sente tão humano quanto o teto em que olhamos em alguma parte da noite. Frios, indiferentes, sem nada para nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário