Como o pó, e como o ar. Craseando tudo, confundindo as entranhas...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

  Ninguém chamando, ninguém festejando, a criança desgarrada em braços alheios se contenta com o doce feito de papel fétido. A moça pobre e bonita permanece pobre por que não sustenta brilho aditivo. As ruas movimentadas se fecham numa expressam de gula, de prazer como o próprio demônio faz com os novos visitantes de sua moradia. Pessoas sorrindo porque carregam nas mãos sujas aditivos, aditivos que lhes compram a felicidade que deve ser renovada a cada instante!
  Os carros balançam a estrada, e tombam e as pessoas riem da piada contada um segundo atrás, já é nominal,  já é normal, já é natural ser vendido as boas piadas e não se preocupar com as pessoas, os estrumes estirado no chão, onde repousam as almas de corpos vencidos.
  Basta apenas aditivo, aditivo te seduz, te paga o sexo do prazer, e não te dá mais do que tu possas desejar, aqueles aditivos do qual se torna dependente! A própria comida, miserável, o pão e o ovo devem ser comprados, e não me importa se não tens emprego e se foram milhares de lojas que te bateram a porta na cara! Vás varrer a rua, ganhar miséria e morar num monte de madeira amarrada com panos fétidos, vivendo uma vida de verme, sustentada por olhos maldosos, olhos repugnantes, repugnância a ti!
  Aditivos, que tu percebes sem demora, ser tão melhores que os próprios pulmões.


E assista a televisão, o aparelho e veja mais sorrisos, e coce seu aditivo, coma seu aditivo, viva seu aditivo.

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