Como o pó, e como o ar. Craseando tudo, confundindo as entranhas...

terça-feira, 29 de maio de 2012

  Escuro lá fora, aqui dentro claro, com a luz elétrica a iluminar minha cabeça tonta de sono e vazia por não ter nada melhor para preenchê-la.
  O coração meio apertado, meio solto pro mundo, mas as mãos esquecidas em todos os cantos e os desejos ostentados com muito cuidado, para que eu mesma me esqueça deles. Um vazio por todos os corredores da casa, muitos fantasmas de mim mesma lamuriando ou rindo nos sofás, assistindo ao programa televiso comediante inútil.
  O corpo, que corpo?, já me parece apenas um nada, um nada que sustenta minhas emoções tão fortes e tão distintas de mim. Os olhos na cara, a cara lavada de nada ou de simplesmente mais lágrimas por ausência de ousadia da boca, esta, calada e contraída numa expressão fechada, com medo de transparecer e de fraquejar, perecendo e não curando-se.
  As roupas, que nem preciso, descansando no corpo, desarrumadas e mal colocadas.
  A cabeça, repousando no pescoço, mas almejando estar no topo da Lua, somente na Lua.

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