Residente no morro onde as chuvas vem atormentar-me, eu estive sempre molhada e gélida afundando no topo de um paraíso a qual eu temia descer, e nenhum de seus atrativos me era suficiente, afinal eu conseguia ver o horror por trás daquele todo arco-íris, eu pude ver quão doloroso era o sorriso que sustentava a mulher para seu marido.
Via, os dias passarem naquele paraíso, e o amor também, deixando até mesmo de ser amor. E nesses momentos eu me refugiava cada vez mais no topo do morro e clamava por chuvas que me molhasse e me fizessem esquecer que um dia eu vi aqueles olhares tão plastificados. Mas o coração molhado sempre me levava a observar, e tremendo de medo ficava ali a entender porque aquilo era assim, e porque só eu pensava deste modo? E todos os dias eu me refugiei na chuva, sozinha, embora muitas pessoas se esforçavam e iam me gostar, mas nenhuma conseguia fazer com que meu coração parasse de temer aquele paraíso de mentiras.
Eu então decide me refugiar de todo aquele horror, e eu atravessei mares e mares de vinhos para encontrar algo que me pudesse fazer, ... fazer... feliz. E por dias naveguei, com medo e dor do que via naquele lugar onde era meu mundo, e chorando bebi de todo aquele imenso mar esperando que ele estivesse envenenado.
Tanta dor que eu não conseguiria explicar, apenas vendo o temor em meus olhos e as lágrimas. Mas atravessando mares de vinhos, eu encontrei ele. Voltando para o verdadeiro paraíso, eu tornei-me mais do que humana e feliz, tornei-me ar de doce perfume que rodeia você.
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