Pedro Júlio De Lima.
Jovem, de médio porte, bonito até. Estudioso no que lhe interessa, interesseiro por natureza. Uma boa pessoa, um bom filho quando não esta bebendo ou conversando sobre o que deve ser sua vida. Deve ter tido boas namoradas, pois é bem humorado.
Morto.
Melhor dito, assassinado. Por quem?
Por mim, Mário José Cazamir. Um grande assassino na minha visão.
Matei Pedro ontem, quando ia apenas (juro pela minha mãe que nem sabe onde está agora) comer um bolo e tomar café com leite. Vi Pedro sentado a uma mesinha no canto do estabelecimento, na janela. Gosto daquele lugar, mas não senti raiva porque ele estava lá. Apenas olhei, e imediatamente naquela boca perfeita, encontrei um desejo, de não só beijá-la, mas de tê-la para mim.
Imediatamente, recorri as técnicas mais apropriadas naquele momento, me fiz de simples, e sente em um lugar onde pudesse ver aquele jovem sem ele saber que eu o via. Pedi bolo de chocolate com cobertura de limão e café com leite. Enquanto comia, observei seus gestos, e tentei entender algo do que ele dizia em constantes vezes que atendeu ao telefone.
Após uma meia hora, deduzi que ele daqui a algum instante sairia, e eu perderia aquela boca. Chamei a garçonete e lhe disse que deveria entregar uma torta de chocolate com morango, a especial da casa, àquele jovem ali. E entregue-lhe um bilhete que dizia assim "coma, que eu já venho lhe sorrir". Não tive medo de o jovem se constranger ou se assustar, eu sabia bem observar, e vi naqueles gestos uma mania triste de viver aventuras.
Enquanto o bilhete era levado, a torta provavelmente comida, fui ao banheiro, e me ajeitei. Um visual estudante descolada, mas sem exacerbo, apenas muita naturalidade.
Sai do banheiro e em passos indecisos fui até a mesa do jovem, e depois disso iniciou-se aquele jogo que já conhecemos decorado e passado pela mídia, que muitas vezes não dá certo, mas com muito esforço, se consegue.
Dali duas horas, estávamos em meu apartamento, fazendo aquelas coisas que jovens fazem. Até que eu me cansei de beijar aquela boca, ela era linda e perfeita, mas ela não me beijava como eu queria que me beijasse, então passou ao desejo de tê-la, simplesmente tê-la.
Assim, disse que ia ao banheiro. Peguei um peso de papel sobre a mesa do computador, algo maciço que provavelmente o desacordaria. Voltei a sala, e enquanto ele me apalpava, com a força que pude taque-lhe o objeto na nuca, e ele tombou, meio zonzo, mas tombou. Aproveitei e peguei a vassoura e lhe dei mais um apancada a fim de que ele não atrapalhasse meu serviço.
Quando Pedro acordou, assim o descobri, após mexer em sua carteira enquanto o esperava. Precisava lhe dar uma satisfação sobre o que iria fazer. Quando ele acordou, meio assustado, lhe disse.
-Eu amo a tua boca. Não me pergunte como ou o porquê, mas apenas sei que a amo. Preciso tê-la, mas me entenda, não preciso de você, e acredito que uma pessoa a mais, uma a menos, não faz diferença não é mesmo? E também odeio pegar ônibus cheios quando volto do trabalho, certamento menos um me fará diferença.
Com isso, lhe injetei alguma droga que algum amigo meu me vendeu algum dia, e ele desacordou, dormiu, e a partir daquele momento eu sabia que ela não sentiria nada. Com algumas técnicas que meu pai, marceneiro me ensinou, e claro com muita dificuldade, pois vertia sangue a todo momento, lhe tirei a boca.
Pedro ficou feio, realmente feio. E pelo o que pude conhecer dele, ele realmente detestaria ficar sem boca ou ter uma boca que não fosse aquela. Então, o matei com a pistola que herdei de papai.
Hoje, Pedro deve estar digerido por algum cachorro da rua. Meu vizinho tem um moedor potentíssimo de carne, e o pedi emprestado, para moer Pedro. Os ossos que não foram moídos, eu limpei e guardei para meu próximo enfeite entalhado na parede do quarto.
Matei Pedro Júlio De Lima, mas lhe digo que sei que ele ficou feliz, pois sua boca é vista todo dia, e muito adorada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário